terça-feira, agosto 23, 2011

Furtivo sentimento.

UPDATE: A correção do Bloínquês foi postada; A nota obtida foi 9,475; A mais baixa dentre todas as participações. Na verdade, eu não esperava muito desse texto, até porque, nem era pra eu ter enviado para disputar na Edição Visual. O comentário da moderadora foi: 
Smile – 9,475
Um texto bastante intenso e criativo na sua essência. Percebi que o tema foi abordado de um modo peculiar e cheio de sentimentos, gostei disso, mas pude notar que este esteve ofuscado por vezes no decorrer do texto. Uma boa ortografia. Algumas vírgulas que eu posicionaria de um modo diferente, mas nada grave,
Na segunda linha eu encontrei a palavra “chego”, mas na verdade o particípio passado do verbo chegar é “chegado”.
Achei o comentário bem pertinente, eu o avaliaria do mesmo modo. Achei muito legal a parte em que a Moderadora comentou sobre a intensidade e a essência. É a segunda vez que dizem isso [ A primeira, foi na Edição Musical da semana passada, com o texto Inusitado encontro, que foi o vencedor da edição. ], e concluo que deve ser verdade. Me alegra demais, vocês nem têm noção. *-* Com relação as virgulas, eu confesso: SOU OBCECADA PELAS BICHINHAS.   Tenho um vício compulsivo no uso das cobrinhas que separam orações. Ahahahaha. Como eu disse anteriormente, não era a intenção que esse texto disputasse o pódio, o que me interessou - e o que me atrai - nas edições do Bloínquês, são as avaliações detalhadas, que mostram os nossos erros e acertos. Melhorar é a intenção, e não levar 'renome'. Até porque, para escrever bem, necessita-se de boas críticas. Vou ficando por aqui, esse UPDATE ficou maior do que eu esperava. ahahahahah. Muitos beijos. (24/08/2011)
Questionei-me durante muito tempo pra saber se era aquilo que eu realmente queria, pra saber se eu estava pronta pra construir algo mais sólido. Achei que tinha chego a algumas conclusões agradáveis e extremamente concretas. Talvez eu realmente tenha cometidos erros quando te aceitei dentro do meu coração, mas imagine-se no meu lugar: o belo rapaz por quem eu fui apaixonada durante toda a minha flácida adolescência, finalmente havia mostrado sinais de interesse. Naquele momento, me senti a mais feliz de todas as criaturas.  Assenti a todos os teus pedidos, sem sequer pestanejar. Não fazia sentido recusar algo que eu almejei por tanto tempo. Suas vontades foram além do que previ. Morarmos juntos não era possível pra um começo de namoro, seria como destruir um sentimento que mal tinha se instalado, mas você insistiu tanto que me dei por vencida.  Eu não poderia deixar meu objeto de desejo se esvair por tão poucos detalhes. Concordo que os detalhes não eram tão poucos e no final, foram eles que nos distanciaram. As suas frases acusatórias ainda ecoam na minha cabeça; “Eu sei que foi você que colocou isso daqui no meio das minhas coisas, tudo pra me acusar, você é um porre. Homem nenhum te merece, tu és um castigo, ta ligada?”. Você nem imagina o quanto eu gostaria de estar desligada. Em stand-by desse mundo horrível, dessa realidade grotesca que vivi contigo nesses últimos meses. Meu apartamento, sempre um refúgio pra mim, se tornou um cárcere. Uma prisão pras minhas próprias mazelas. Meus medos e minhas imprecisões concentradas num lugar que havia me acolhido numa fase de transição para uma vida de decisões forçadas, uma vida adulta. E com poucos meses você conseguiu destruir tudo de forma ruidosa. Destruíste sonhos e desejos; prazeres e satisfações. Foi tudo pelo ralo. Eu não sentia mais meus lábios se arcarem num anguloso sorriso, o meu tão belo sorriso de menina-moça. Só podia ser um pesadelo! Eu tendo que sair do meu recinto por causa dos devaneios malditos que o local me provocava. Ao ver-te aos agarros com uma ruiva no sofá da minha casa, fiquei transtornada! Imaginei que dirias que fui eu que plantei moça no meio das tuas pernas, pra te incriminar, mas graças a Deus a tua vergonha te impediu disso. Acha que eu faria uma cachorrada dessas? Eu subestimei você; acreditei em palavras vagas e sem propósito algum. Acreditei no amor, e mais uma vez, este me furou os olhos com um belo par de dedos sujos. Olhando as fotos felizes da minha vivência nesse apartamento, recordo –com muita mágoa e rancor- de todas as vezes que chorei com nojo de mim mesma, por ser capaz de amar alguém como tu. Sério, você jura que eu não imaginei tudo, que todo esse ressentimento não é fruto de uma mente febrilmente voraz? Sempre fui extremamente imaginativa, mas isso superou tudo. Freddy – meu companheiro de infância, ganhado por aquele que realmente me amava; aquele que eu deixei escapar por entre os dedos, assim como devia ter feito contigo- , me faz companhia nesse momento sórdido e repugnante. Escolher as lembranças que irão comigo em uma nova jornada não é fácil, mas é necessário. Não posso correr o risco de carregar comigo algo que remeta a sua imagem a minha mente. Não posso correr o risco de deixar seu nome vir a minha mente novamente, como um ladrão, um ladrão que rouba vontades, que rouba sonhos; O ladrão que roubou meu coração enquanto quis aproveitar-se de mim, e agora devolve-o em ruínas, num estado muito diferente do que o entreguei. Só tenho um pedido pra ti: não faça isso com outra menina-moça que poderá se apaixonar por ti. Deixe-a livre, deixe-a em paz para poder fazer suas escolhas. Não por mim, mas por você, seu cretino, destruidor de futuros. 

Autoria: Raíssa Tayná Klasman
Pauta para a 82ª E. Visual, Bloínquês.

2 comentários:

Julianna Lira disse...

Como tu ainda me diz que ficou com vergonha de mandar? kkkk quem ficou com vergonha agora fui eu. :( Lindo lindo... O final foi o melhor com certeza, muitas vezes eu me sinto assim, penso que algum lugar é meu refugio quando eu menos percebo to presa nele, mas enfim adorei. Parabéns Raí!

Letícia Soares disse...

Um texto muito bem escrito. Adorei mesmo, embora seja triste.
Mas é muito bom, Parabéns.

http://ociopreenchido.blogspot.com/

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