sexta-feira, dezembro 15, 2017

Sobre o que eu e você fizemos a esse sentimento

Te amar é um dos maiores desafios que já enfrentei. 
Te amar me exigiu confiança, perseverança, afeto e preocupação. 
Foi necessário que eu confiasse em mim mesma, que acreditasse que eu era suficientemente boa para o você que eu havia inventado para mim - porque o você real acabou superando as minhas expectativas. O carinho e a atenção que me dedicastes, me fizeram sentir tão especial! Teus abraços me elevavam à níveis de felicidade absurdos e a cada um deles, eu vislumbrava um futuro incrível para nós. 
Foi necessário que eu perseverasse por meses na intenção de te ter pra mim. Que eu insistisse em um sentimento que podia muito bem ter morrido tão logo quanto surgiu - afinal, já havia acontecido outras vezes, um amor surgir e logo desaparecer -, mas não. Teu ser, teu jeito, tua luz... fizeram morada dentro de mim por pelo menos dois anos e meio sem que tu sequer correspondesse às minhas intenções. Foi necessário que eu orasse aos céus e pedisse à Deus que me proporcionasse viver desse momento, te ter comigo. 
Foi preciso que meu afeto se multiplicasse, criasse ramos e atingisse cada parte de ti, que se infiltrasse em cada célula do teu corpo, de cada neurônio do teu cérebro - assim, pois creio que foi com palavras que te fiz dizer, enfim, sim para mim. E então, meu afeto passou a ter foco e tu fostes o objeto de grande parte do carinho dos meus dias, da luz dos meus bons momentos. 
E por fim, te amar, me gerou grande preocupação. "Como se ama alguém como tu?"
Como se ama alguém tão ferido e tão fechado para o amor? Como permanecer em devoção à quem não se permite ser atingido pelo amor?
Acredito ter errado em todos os sinais. Deus não me proporcionou esse amor por bem... foi para me mostrar o quão diferentes nós somos, apesar de tão semelhantes. Do quão gritantemente dispares são os nossos anseios. 
Eu, além de ti, anseio o mundo. E tu, não sabes o que quer. Eu quero um futuro... tu, mal pensa no agora.
E assim, vendo teu descuido, meu amor teve uma brecha de sanidade, onde pude compreender que, apesar de te amar tanto que chega a doer, não é assim que amar deve ser. E, pela dor, abri mão do teu amor. 
Entenda que, eu já sou incerteza suficiente. Eu precisava que tu tivesses posto teus pés no chão pra me amar. Que tu tivesses aceitado de bom grado todas as minhas intenções de te amar, de te fazer bem... apesar do meu caos interior e de toda a minha bagunça. 
Tu foi, de longe, o ser mais amado que meu coração já teve a oportunidade de botar as garras, tu te tornastes responsável pelos meus sorrisos diários e por grande parte das minhas lágrimas dos últimos meses. 
Tem me doído demais ter aberto mão de tentar contigo, tem me doído mais do que deveria doer, muito mais do que eu ousaria dizer que doeria. E eu  não quero passar por toda essa dor. Não quero me pegar aos prantos ao ver um álbum de fotos de viagem em que estivemos juntos. Não quero ter surtos de tristeza ao pensar nos locais que estivemos juntos. Não posso sequer admitir o tanto de falta que me faz a tua presença, porque admitir isso é ter certeza do erro que cometi, e não é algo que eu possa fazer agora. 
Minha maior preocupação nesse momento é ter te magoado tanto ao ponto de perder tudo o que construímos, de perder toda a energia dos nossos encontros. 
Talvez, e friso ainda não ter certeza sobre isso, mas talvez eu e você, realmente não tenhamos sido destinados a ficar juntos. Mas talvez, e apenas talvez, haja uma maneira de fazer com que nós possamos dar certo a despeito do destino. 
Eu fico por aqui, alimentando minha mente de resquícios teus, de tudo o que você representa pra mim, no aguardo de que nossos dias se cruzem novamente e possamos pensar sobre o que seremos a partir de agora. 

quarta-feira, agosto 23, 2017

Sobre os hiatos e a vida

Há quase um ano não apareço por aqui e as razões para isso são muitas.

Percebi, com o decorrer dos anos e aumento das responsabilidades, que a vontade de escrever é substituída por uma necessidade absurda de silêncio - tanto físico quanto mental. Nos últimos tempos o silêncio é a "coisa" que mais tenho apreciado. Essa solidão proposital, um silêncio cadenciado que, por vezes, vem acompanhado de um ou outro pensamento célebre, inconsistente demais para se expandir em mais do que apenas algumas linhas. Nas madrugadas, minhas tão serenas companheiras, sempre surgem borrões de romances que chegam e vão embora com a mesma velocidade.

Romances, assim como as palavras, estão escassos. E talvez essa seja a razão da ausência de poesia na vida da que vos escreve, queridos fantasmas que ainda saltitam por aqui vez ou outra. Falta muita coisa por aqui - no blog, na vida, na pessoa. Mas ainda não me falta vontade, não hesitam os desejos, que brotam com cada vez mais força e voracidade, querendo devorar os dias em favor de novas aventuras.

Tenho viajado bastante e adoraria poder registrar tudo por aqui, ter esse arquivo digital dos momentos fantásticos que vivencio pelo mundo... mas nem sempre há tempo para tanto. Meus projetos acadêmicos têm me consumido, mas tudo está por um fio... em breve findam-se e terei mais tempo para me dedicar às verdadeiras paixões, minhas palavras e minhas leituras. (pois a lista de leitura só cresce, enquanto o tempo de ler diminui a cada dia).

Bom, eu aguardo ansiosamente por mais horas nos meus dias e mais suavidade nos meus romances, para voltar aos contos de páginas nas madrugadas produtivas e insones.

um beijo e um queijo pra quem passar por aqui!