Tantos amores já passaram, tantos caras “certos” já
apareceram, mas não teve jeito, foi pelo errado que meu coração bateu mais
forte, palpitou no fundo do peito. Dá medo de que nunca passe, por mais
que eu saiba que é só me apaixonar por outro que esse sentimento se vai. Mas é que isso só
me aconteceu de verdade duas vezes. Na primeira, achei que ia ser pra sempre e
não foi, mas demorou a passar, o tempo demorou a cicatrizar aquela ferida. Hoje
sei que esse sentimento foi maior. É aquela velha história... quanto mais
intenso, pior é depois. Foi intenso, eu sei e você sabe. Mas agora, me
pergunto, “qual foi a real motivação disso?”. Está cada vez pior responder às
questões.
E a gente sabe que por mais que o tempo passe vamos lembrar
um do outro, com pelo menos uma gota de carinho, que, como sabemos, é o
suficiente pra encher o rosto da gente com um sorriso.
Só que será que essa lembrança do sorriso vai durar o tempo
suficiente pra que a gente se encontre de novo, em outras circunstâncias, e que
aquele “oi” com o apelido da gente volte a surtir o efeito que surtia meses
atrás? Me diz, vai ser suficiente? Será que o coração vai agüentar a saudade ou
a razão vai se sobrepor e fazer com que eu esteja com alguém (novamente) só por
ser o certo pra mim, e não pelo sentimento que tenho?
Por mais que as vezes eu acredite que não compreendas o que eu
digo, as indiretas que dou ou as lágrimas que choro, eu tenho esperança. Aquela
fagulha cintilante que fica viva dentro da gente mesmo quando passamos por turbilhões
de coisas novas e inusitadas ainda habita em mim. Existem lembranças que nem
toda essa novidade derruba. Tem beijo que não apaga a tua lembrança e abraço
que não tem o seu cheiro, mas ainda assim, eu insisto em tentar... em tentar
apagar a doce ilusão que foram os quatro meses, a suave lembrança de pedidos de
casamento e promessas vagas. Eu insisto em tentar cessar as lágrimas, de
impedir as lembranças, mas cada vez com mais força, elas me inundam como
tsunamis em mares asiáticos. Ondas fortes e cheias de sentimento me invadem em
madrugadas vazias, em olhares pela janela do ônibus em movimento, e teu rosto
me surge com freqüência cada vez maior. Pessoas que antes eu nem imaginaria
reparar, me parecem você. E dói pensar que poderiam ser você. E você sabe. E
não liga.
Eu não sei se te digo que espero ou não por alguma novidade
vinda de você.
Você vem? Que bom.
Quer me ver? Que bom.
Se eu quero ver você? Não sei.
Sinto medo.
Eu pertenço a você, sou sua, mas ninguém pode saber, e eu proíbo
você de me esquecer, que seja, já que é a única coisa que lhe posso pedir.
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