Apesar de parecer, eu não abandonei meu sonho. Permaneço, sigo em frente mesmo que aos tropeços. É daqui que gosto e isso daqui eu não deixarei. [Fim do drama] Só estou muito ocupada com meus afazeres escolares. Ser líder de uma turma de terceiro ano é mais cansativo e preocupante do que eu jamais imaginei que pudesse ser. Desafios a serem vencidos a vista. Enfim... temo que o #Smile! se torne um blog de final de semana, mas, quem assim como eu, gosta dessa página, vai passar por aqui de ver em quando e ter ótimas surpresas. Prometo-lhes.
Essa texto que será postado aqui em baixo não é de minha autoria, apesar de eu conseguir identificar traços da minha escrita dentro dele. Também desconheço a autoria, mas sei que veio de uma atividade de redação que foi retirada daqui. Deixem as palavras fluírem e a mente vagar.
Nós temos histórias, segredos e medos.
De nos perdemos um do outro o maior deles. Poemas que tu me escrevestes temos, onde sou tema, sem rima, puro sentimento, com a cadência desusada do bater do teu coração.
Nós, entretanto, gostamos da chuva, e palavras temos ~ que inventamos para nós. E jeitos e formas que criamos, e nossas mãos que reconhecem o contorno dos nossos rostos, ainda que cegos estejamos. Mundo que construímos para nós temos sem alicerces visíveis, mas firme. Há um lugar em que plenamente vivemos, nos temos.
De nós há uma parte maior que fica sempre em poder do outro, em secreto depósito, tal como protegido numerário suíço, que carregamos sem sentir o peso.
Há um imaginário chá de jasmim que juntos tomamos, há as histórias de nós que nos contamos, há o que juntos comemos, há o alimento que nos damos na boca da alma.
Há o que mutuamente sabemos, que só nós sabemos sobre nós, que antes não sabíamos.
Amigos, parceiros, amantes, namorados loucos, somos tudo. Há os passeios aéreos noturnos que fazíamos; de mãos dadas. Voávamos, porque também podemos voar sempre pudemos, embora disso não soubéssemos.
Um velho, um jagunço, uma mulher enleada nas primitivas cores dos panos, ladridos de cães nos protegendo, uma expressão arcaica que se refere ao tempo, um criado negro fiel e perigoso. Um cavalo, uma janela a ser saltada, um encontro num elevado um conquistador barato, um amor fugidio num corredor deserto, um encontro numa estrada, um beijo na avenida movimentada de domingo.
Na rua andamos lado a lado, levando os livros que escolhemos juntos, medindo cada passo para não nos abraçarmos, a vontade de enlaçar teu ombro, vontade de furtar um beijo.
Rimos.
Há uma mistura de realidade e sonho que já não mais distinguimos, e nem queremos.
Há um pacto que subscrevemos.
Há a alegria de nos vermos. Há uma saudade que não passa, que ultrapassa tudo o que de razoável entendemos. Por conta disso inventamos o eterno abraço de quinze segundos, a efêmera fotografia no espelho, o beijo com a porta do carro aberta, o telefonema, o bilhete eletrônico, a troca de pequenas coisas, símbolos que nos identificam. Estradas que percorremos em comboio. As frases que extraímos dos livros. A nossa posterior avaliação de desempenho, na qual analisamos os nossos sentimentos, sensação por sensação, cada contração de fibras, e nos descobrimos mais e mais.
E nos surpreendemos mais e mais com a nossa imensa capacidade de amar antes duvidosa.
De toda forma nos amamos, com cem por cento de risco de ser para sempre.