De que é que adianta querer te tirar do coração, se as tuas feições não saem da minha mente? De que adianta fingir que não, se minha boca, agora fechada, quase grita que sim, quase grita teu nome? De que adianta ver-te e não poder contar à ti meus sentimentos? Diga-me: é válido amar quieto?
Ao imaginar teus braços em torno de mim, meus lábios se curvam em um suave, porém notório, sorriso. Desde meus alvos tempos lembro de ti com ternura. A mesma comicidade ainda está presente em seus atos, as mesmas manias ainda preenchem a sua vida. Será que ainda come o pão com queijo derretido que fica pronto em quinze segundos? Será que ainda canta as trilhas sonoras de filmes como fazíamos no primário?
Eu sei... qualquer um pode afirmar que - em sua maioria - esses amores de infância não permanecem, não sobrevivem ao amadurecimento que é imposto a cada um de nós. Mas "e se" mudássemos isso? Não é tão difícil imaginar um futuro ao teu lado. Preciso apenas de um flash back ao passado. E que ninguém nos diga que não se pode viver de passado! Se foi bem vivido, porque não revivê-lo? O rock dos anos '80 ainda é tocado, e nós sabemos o porquê. Quando algo é verdadeiramente bom e nos faz bem, sobrevive ao desgaste dos anos.
Quero passar esses anos ao teu lado. Quero me desgastar junto de ti. Desgastar minhas palavras carinhosas, de tanto repetí-las. Desgastar meu livro de receitas, de tanto cozinhar pra você. Desgastar meus lábios, de tanto beijar-te.
E ao imaginar, ainda sorrio, pensando que, caso eu tenha suficiente coragem e você seja suficientemente louco, poderemos estar juntos pelo breve período de tempo que costumo chamar de sempre.
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