segunda-feira, novembro 24, 2014

Um conto sobre tempo, retornos e saudades

(Dê play. Heart like yours)

(Miguel narrando)
How could I live before? How could I’ve been so blind?...
Tateei as escuras, sem conseguir abrir os olhos, apenas guiando-me pelo som e tentando perceber de onde ele era emitido. Fui enganado pelos meus sentidos algumas vezes e percebi que não estava desperto o suficiente pra atender ao telefone. Deixei que tocasse.
Breath deep, breathe clear, know that I’m here, know that I’m here, waiting...
A luz da tela voltou a iluminar o breu do meu refúgio. Dessa vez, mais incomodado e desperto, fui capaz de encontrar meu celular e atendê-lo.
- Hm?
- Acorda, Miguel.
- Valentina?
- Tereza. – disse a voz e eu estranhei ouvir aquilo. - Eu preciso que você apareça aqui daqui meia hora, Miguel. A Valentina vai falar coisas que você precisa ouvir.
- Mas, são... – o som da chamada encerrada me invadiu. Tereza ligando as, hm, duas da manhã... Valentina dizer coisas que eu preciso ouvir? Considerar isso ou não considerar?
Por dois segundos pensei nos aspectos positivos e negativos de pegar o carro, dirigir por algumas quadras vazias e chegar até o condomínio em que ela morava. Eram duas da manhã. Em quatro horas eu precisaria levantar... aula de estruturas, a avaliação do semestre estava chegando e eu precisava de uma boa nota ou então ficaria retido no semestre e seria mais um até me formar. Meus pais já andavam reclamando que o engenheiro da família andava sendo muito relapso, mas... Mas era a Valentina. Eu precisava ir, não importava o quanto precisasse não ir.
Me perguntei, por um momento, como uma chamada tão inesperada poderia produzir tantos pensamentos aleatórios. Mesmo que a tela indicasse “Valentina ♥” e a nossa música me dissesse que seria ela do outro da linha, não era. Mas ainda assim, fiquei extremamente surpreso. “Ela vai falar coisas que você precisa ouvir”. Que coisas poderiam ser essas? Já tínhamos dito tanto um ao outro, até nos calarmos e consentirmos com o hiato que havia ficado ali. O hiato que eu havia criado no nosso relacionamento.
A tela do celular se iluminou de novo. SMS.
Me avisa quando estiver na porta. Manda msg pra mim. Já liberei sua entrada na portaria, mas entra e espera. Não faz barulho, só ouve. T.
Tudo bem, então lá vamos nós.
Um tempo depois, a tela do celular da Tereza se iluminou. SMS do Miguel.
Tô aqui já. Me explica o que tá acontecendo.
Respondi: Espera. Ouve, fica atento.
As instruções eram claras. Ficar em silêncio e ouvir.
Não entendi ao certo as razões de eu estar fazendo aquilo. Era quase cruel com a Valentina isso que estava pra acontecer, seja lá o que fosse. Nem eu conseguira entender ao certo o que estava pra acontecer.

(Valentina narrando)
Era quinta a noite, eu e a Tereza estávamos na sala assistindo um filme romântico. Até o ultimo instante eu disse à ela que não queria assistir um romance, que não conseguiria dar conta daquilo, mas ela fez de tudo para que assistíssemos, então, que seja! Se eu tivesse uma crise, a única pessoa que ouviria meus lamúrios seria a responsável pelo desabrochar deles. Ou seja, caso ocorresse, ela mereceria ouvir cada reclamação e secar cada lágrima. Papel de colega de apartamento.
Lá pelas tantas notei que o filme me tocaria bem mais que normalmente os filmes costumavam me tocar. Algo com um efeito  “Nicholas Sparks” estava pra acontecer. Algo como... A Culpa é das Estrelas, ou Um Amor para Recordar, ou ainda, Um dia...  algo desse gênero. O da vez era Se Eu Ficar. E com menos de meia hora de filme eu já tinha chorado duas vezes. Tereza me pagaria com sangue. Ou com lenços, talvez.
A pipoca estava no fim já, então recolhi nossos potes e fui indo na direção da cozinha para fazer mais.
- Tê, dá um pause. Não quero perder nada, mas preciso de mais pipoca pra ruminar. Com brigadeiro dessa vez?
O som cessou na sala e logo depois, Tereza me respondeu dizendo que sim, brigadeiro seria uma ótima.
- Val, você tá chorando muito hoje. É o filme ou tem mais coisa?
“Mais coisa”. É óbvio que tem mais coisa. Ela sabe.
- Mais coisa, com certeza. Mas mais do mesmo. Como sempre.
- Quer falar disso um pouquinho antes de voltarmos a ver o filme? Com a alma limpa fica melhor assistir romances.
- Hoje não era um bom dia pra romances, eu te disse. Vou fazer a pipoca e daí sento aí pra falarmos do drama “Miguel” um pouquinho. Preciso de ajuda pra entender umas coisas que andaram acontecendo mesmo.
Ela afirmou e pegou o celular. Provavelmente iria olhar o feed de notícias de alguma rede social, pra fazer o tempo passar... deve ser isso que as pessoas pensam quando ficam fuxicando nas redes sociais.
Coloquei a pipoca na panela e comecei a mexer o brigadeiro. Cozinhar, mesmo que um simples brigadeiro, sempre foi terapia pra mim. Era um dos momentos que eu conseguia me manter mais concentrada em mim mesma. Até mais do que nos momentos pré-sono. Cozinhar era um meio de ter a atenção voltada toda pra mim, mas ao mesmo tempo, ter a mente limpa, focada no que precisava de foco naquele momento: a chama acesa do fogão, a comida na panela.
Pensei nos aspectos que queria compartilhar com a Tereza. Pensei nas tantas coisas que eu havia refletido durante a semana e sobre as várias conclusões que havia chegado sobre o fim do meu relacionamento com o Miguel. Bom, não há muito o que se dizer, na verdade. Ele estava passando por um momento de conflito emocional, ou sei lá o que, e eu imagino que a Engenharia também devesse estar deixando ele quase louco. Mas eu sempre tinha me sentido como um ponto de segurança pra ele, uma fortaleza, então não conseguia imaginar o porquê de ele precisar se afastar em uma situação de conflito emocional. Não conseguia entender o porquê de precisarmos ficar afastados num momento que ele precisava de alguém por perto e não se isolar.
Até que chegou um momento dos últimos quatro meses em que eu decidi que não me culparia e nem questionaria mais os ocorridos. Apenas viveria da forma que fosse possível. Com aquela ausência constante e o fantasma de um ex-namorado carinhoso a espreita, me fazendo sentir saudades dele a cada vez que respirava.
Uma vez pronta a pipoca, fui até a sala e me sentei no sofá ao lado da Tereza. Ela me olhou, sorriu e atacou seu pote de pipoca.
- Hm, tá muito, hmmm, boa! Só você sabe fazer isso aqui ficar tão bom.
Agradeci com um balanço de cabeça. Ela me encorajou a começar falar.
- Bom, não sei ao certo... Acho que só ando sensível demais a saudade. Ver ele pelos corredores da faculdade as vezes me deixa atormentada. Por mais de uma vez já nos cruzamos e mal conseguimos nos cumprimentar, Tê, e eu acho que essa é uma das coisas mais tristes que já vivenciei na vida. Ele foi a pessoa mais importante que eu já tive do meu lado, o parceiro mais completo e que mais me fez feliz, que mais me fez sentir intensa. E mesmo assim, parecemos dois desconhecidos nos corredores. – Uma lágrima fez menção de escorrer pelas maças do meu rosto, mas eu a repreendi mentalmente e pedi que aguentasse firme mais algum tempo. – Ah, Tê, sei lá, de repente é até o contrário disso. De repente a gente conhece tanto um do outro que sente a dor de estar separado, mesmo continuando assim, e por isso a gente se estranhe a cada vez que se cruza por aí. Eu sinto dor naquele olhar... sinto saudade, sei lá! Pode ser que tudo isso seja só imaginação... que a única coisa que ele sente quando me vê é pena, mas sei lá, Tereza, sinto que a situação ficou tão mal resolvida que a qualquer momento que a gente se cruzar, um vai abraçar o outro e a gente vai começar a chorar ali no meio da faculdade.
Do nada, ela saiu do lado oposto do sofá e deitou no meu colo. A Tereza me conhecia tão bem que sabia que pra eu me sentir confortada de verdade, eu precisava estar confortando alguém. Ela, no caso.
Percebendo o meu silêncio, ela instigou:
- E então?
- Então o quê, Tê? Então que eu sinto falta dele no meu dia-a-dia, a cada instante, a cada ínfimo segundo. Pode ser a coisa mais idiota e errada a se dizer, mas eu sinto que preciso compartilhar com o Miguel as coisas que se passam comigo, esses sentimentos e pensamentos que dizem respeito a ele. Mas... mas eu prometi que não faria isso da última vez que nos falamos. Prometi que nossa relação se limitaria ao estritamente necessário. Mas não pensei que as consequências dessa promessa fossem me deixar tão inquieta, com a mente tão bagunçada... Querendo ou não, dizer pra ele todas essas merdas que eu penso e falar o tamanho da falta que ele me faz, fazia com que mantivéssemos contato, fosse isso bom ou ruim. Mas agora... faz semanas que não tenho notícias dele. Aguardo uma mensagem no Whatsapp quase que diariamente. Abro o perfil dele mil vezes. Vejo a foto, a última vez que esteve online e penso porque ele nunca escreve nada onde temos o ‘status’. Penso, porque diabos, ele não coloca alguma indireta ali, ou sei lá o que?! Ou eu sou maluca por fazer essas coisas?
- Não é não, Val. É quase que perfeitamente normal você ter esse tipo de atitude. Você sente falta, quer demonstrar, mas reprime o impulso e muitas vezes eu acho que isso é a coisa mais certa a se fazer. Mas, você não acha que já deu a hora de acabar com isso de vez? Sei lá, desistir dele ou de estar com ele, pelo menos por agora? Se for pra ficarem junto um dia, vocês vão ficar.
- Tê, quem me dera ter clareza ao pensar nessas coisas. Nos meus pedidos antes de dormir, sempre clamo por sabedoria pra lidar com tudo isso. Meu amor grita dentro de mim pedindo pra ser declarado pro Miguel. Sabe, eu nem consegui dizer pra ele que o amava... a gente não chegou a ter tempo pra isso. Foi tão breve e tão intenso. Tão diferente de tudo o que eu já tinha sentido antes... Tão mais sincero. E mesmo que em alguns momentos não pudéssemos ser tão sinceros pras outras pessoas quanto a nós, quanto a sermos ‘nós’, a gente já sabia que era e não tava nem ai, sabe? Uma vez comentei com ele que uma colega tinha me pedido se a gente tava junto e eu disse que não, que éramos apenas amigos. Ele me respondeu dizendo que “então tínhamos achado o pote de ouro, que aquela era a amizade mais colorida já vista”. Preciso concordar. Antes de sermos, já éramos, saca?
- Eu sei, Valentina. Fui a pessoa que mais conviveu com vocês dois. Antes de serem e depois, quando já eram. Esqueceu? Só eu sei o quanto eu torci pro amor de vocês nunca terminar, pra ser sempre como estava sendo. Mas, do nada, vi o castelo de cartas desabar...
E desabou. E, por consequência, desabei junto. As lágrimas me vieram aos borbotões.
Mesmo que ele dissesse que não e que a Tê também me garantisse que não... eu achava que o desmoronamento daquele castelo de cartas era culpa minha. Eu desconfiava que meu afinco em fazer cada molécula do meu corpo cooperar para o bom desenrolar daquele relacionamento havia sido o estopim para o fim precoce do meu romance.
- Não, Val, não chora desse jeito ou vou me sentir culpada pelo que to fazendo.
- Pelo que tá fazendo? Não tá fazendo nada, to só desabafando contigo, pra variar.
- Não, Valentina. Eu tô fazendo mais que isso.
Eu fiquei tão confusa que me levantei do sofá, meio que de supetão. Tereza se assustou e levantou de onde estava, meio que sem saber qual seria o próximo passo a ser dado.
Quieta, ela saiu do sofá e foi em direção a porta e como se alguém tivesse batido ali, a abriu.
Ninguém havia batido, de fato. Mas havia alguém ali. E o alguém que ali estava, era, por se dizer, um dos poucos alguéns que não devia estar ouvindo toda aquela conversa. 
- Entra, Miguel. – Ela disse, assim, como se estivesse dizendo ao carteiro que sim, aquele era o endereço correto pra entrega das faturas de luz, água e demais contas que precisávamos pagar todo mês.
Ele só conseguia olhar pra mim. Analisar minhas feições, ver minhas lágrimas, entender meus gestos, imaginar minha confusão, acredito. A situação toda tinha fugido do meu controle e, então, foi quando percebi que ela nunca esteve nas minhas mãos. Que o controle da noite havia sido da Tereza... que ela havia manipulado tudo aquilo e cogitei que, talvez, o Miguel estivesse envolvido em toda aquela manipulação.
Me senti ultrajada, envergonhada e exposta, pra não dizer puta da vida.
Percebi, numa fração de segundo, quando meu olhar cruzou o dele que eu não era a única desnorteada ali... havia sim, sido manipulação da Tereza, mas só dela. Ele era inocente. Ao menos nesse aspecto.
Eu recuei até onde pude, até meu corpo todo estar colado a parede atrás de mim. Me senti traída... sei lá. Minha amiga percebeu e logo começou a andar em minha direção falando coisas sem sentido, tentando explicar as razões de ter feito aquilo. Mas eu evitei que ela se aproximasse. Saí pela tangente, mas notei que dessa forma me aproximava do Miguel, de súbito, parei.
Mas, quando parei, vi uma mão estendida na minha direção. A mão dele.
- Vem comigo. – Ele disse, ainda com a mão estendida, esperando que eu a pegasse.
E eu peguei. Senti o toque dele quatro meses depois de ele ter me dito que precisava de um tempo. E o toque foi quente de novo, reconfortante, mesmo sendo o mero toque das nossas mãos, não passando de um toque breve...
Assim que eu o toquei, ele fechou sua mão em torno na minha e me puxou em direção a porta. Deixamos Tereza falando sozinha.
- Pra onde a gente tá indo? – Abarrotada de pensamentos, tentei entender pra onde ele estava me direcionando. Não estava prestando atenção nas paredes, nas escadas, em mais nada... só sentia o toque dele na minha pele, de novo ali, como se jamais tivesse saído de mim.
- Pra algum lugar aberto. A gente precisa conversar, caminhar... mas não ali. Eu entendi o que aconteceu só quando aconteceu de verdade. Não curti a atitude da Tereza, mas sinto que colaborei com ela.
Foi então que, pouco antes de abrirmos a porta do meu prédio, parei e questionei-o sobre o que estava acontecendo.
- Não sei, amor... ela me mandou uma mensagem do seu celular e me pediu pra aparecer em meia hora porque você ia falar o que precisava ser dito. Eu entendi o que ela quis dizer, o que ocorreria, mas não sei se tava preparado pra ouvir as coisas que você falou. – A palavra amor ainda estava ecoando na minha cabeça.
- Oi?
- Que?
- Você me chamou de...
Com uma expressão de quem se recriminava, mas que ao mesmo tempo estava satisfeito com o que havia feito, ele repetiu: - Amor.
Eu me senti atordoada por um instante, como se minha cabeça estivesse cheia de uma fumaça, uma névoa... os quatro meses estavam socando a minha cara.
- É que não sei se você percebeu, mas faz quatro meses desde a última vez que nos referimos um ao outro dessa forma...
- Eu percebi, Valentina. Eu percebi cada dia passar arrastado por não te ter por perto.
Um soco no rim, outro no pâncreas, outro no pulmão. Fiquei sem ar.
- Ei, vem aqui... – Ele me puxou de encontro ao peito e eu voltei a me sentir aninhada, confortada. Porque quando estava com ele era um dos poucos momentos em que me sentir confortada queria dizer “estar aninhada” e não “estar aninhando” alguém. Ali, o pássaro frágil era eu. – Desculpa por estar trazendo toda essa loucura a tona. Não é bem minha culpa, mas me sinto culpado do mesmo jeito, amor... – ele disse de novo, dessa vez mais consciente ainda das quatro malditas letras que estava pronunciando.
- Eu... eu não sei se aguento você me chamando de amor assim.... – eu disse, dando um sorriso meio amarelo, meio torto... esperando que ele entendesse aquilo como eu havia pretendido soar.
- Você aguenta e ainda vai ter que ouvir muito, porque das palavras que eu digo, essa e, principalmente quando dita pra você, é a coisa mais verdadeira nesse mundo.
- Mas se é assim tão verdadeira, por que é que ficamos quatro meses sem pronunciá-la um pro outro? – Já haviam lágrimas brotando dos meus olhos mas dessa vez eu não as impedi de rolarem. Com ele não haveriam máscaras, não haveriam disfarces, não haveria contenção. Pra ele a verdade, sempre, nua e despida de toda e qualquer vergonha pelos meus sentimentos.
E como que por um milagre, eu vi aquele olhar.
Doce e inesperado, veio até mim um par de olhos castanhos que invocavam uma tempestade dentro de mim. Uma fusão de sentimentos e de sensações... um par de olhos castanhos que se fechou aos poucos enquanto o seu dono aproximava os lábios dos meus lábios, tão saudosos dos beijos seus.
E ali, ratifiquei minha sentença: não haveria mais razões para lutar ou dizer que não. Nunca houveram na verdade, nunca houve resistência da minha parte e agora, como não havia da dele também, nada mais nos impedia de estar juntos.
Não houve resistência alguma por parte dos meus lábios e os dele, tão suaves quanto sempre, fizeram o favor de matar a saudade que eu sentia daquela intimidade tão conhecida e importante pra mim. Não houve uma noite sequer, destes quatro meses que eu não tenha dormido abraçada num travesseiro esperando pelo dia que ele retornasse, aguardando por hoje, para que pudéssemos então retomar o que não devia ter tido uma interrupção.
E então, sem muita conversa, fizemos o que havia de ser feito: dormimos juntos novamente e aquela noite estava marcando o início de uma nova contagem: três meses mais um dia...
E se me questionarem sobre minha passividade quanto aos fatos, eu posso dizer apenas que não me arrependo de não ter questionado suas ações. Cedo ou tarde, o tive de novo pra mim. E sou grata aos céus por ter entrelaçado nossos destinos mais uma vez. Não houve uma noite sequer que eu não fantasiasse com esse retorno, com essa “volta dos que não foram”, porque sim, Miguel não havia deixado os meus pensamentos nem por um segundo. Mesmo quando me degradava com outra pessoa, tentando esquecê-lo ou substituí-lo em noites regadas a vodka e solidão... Todas as vezes que estava acompanhada de outro homem, me sentia sozinha, até que nos quarenta e cinco do segundo tempo, resolvi mudar a estratégia. E esperei. Esperei pacientemente até que retornasse. E mesmo sabendo que fora de um jeito torto, eu sei as coisas que ele ouviu e escutei as coisas que ele me disse depois... Eu soube que ainda havia mais para ser vivido e eu quis viver aquilo! E não titubeei. Eu vivi, porque sabia que precisava viver aquilo naquele momento. Sabia que não poderia correr para longe daquele abraço, pois era exatamente ali onde eu queria e devia estar por um determinado período de tempo, que havia sido acrescido e aumentaria a partir de agora. E ainda tive certeza que apesar dos tropeços, desta vez não seria como antes. Seria diferente. Haveriam mais cobranças e mais razões para questionamentos, mas eu esperava que soubéssemos lidar com aquilo. Com sorte, saberíamos. Pela sorte, juntos estaríamos por mais um período de tempo (mais longo desta vez, por favor, Senhor do Tempo).



Oi galera! Zilhões de anos sem aparecer, mas, assim como com a Valentina, os meus últimos meses têm sido complicados. Espero que em breve melhorem. Bom, férias! Quem sabe apareço mais por aqui! Se a fossa prosseguir, mais contos surgirão. Grata aos que chegaram até aqui!
Boa noite/tarde/dia, sei lá! Beijinhos. 

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