quinta-feira, julho 19, 2018

Sobre os imprevistos no amar

Queria tanto poder chegar aqui e escrever um conto enorme sobre como o amor é incrível, sobre como as pessoas se reencontram em seus amados, sobre como é divertido conquistar e cuidar de alguém para que permaneça ao seu lado... 
Mas, ultimamente, não tenho tido tais experiências. 
Venho aqui recordando, saudosamente, os meados de 2013 e 2014, onde de tanto amar ou de tanto querer amar, eu transbordava boas palavras que se transcreviam em histórias incríveis. 
Hoje, eu chego aqui com mais desejos, mais anseios... e não sei até que ponto isso é bom. 
Criei algumas expectativas e idealizações no que diz respeito ao "amar" e não me vejo mais agindo da forma como fazia há 4 anos atrás... Não me vejo correndo atrás de qualquer fiapo de afeto. Isso é bom? Pode-se considerar que sim. Aprendi a valorizar o meu amor e o meu amado, de certo modo. Aprendi que toda essa intensidade que eu tenho o prazer de viver, que esse sentimentalismo clichê que me habita, não deve ser destinado a qualquer um. Mas, o tão esperado "um" hesita em dar as caras. 
No início do outono aqui no hemisfério sul, pensei ter sido agraciada por alguém que poderia me acompanhar numa jornada incrível e acabei descobrindo nele apenas um reflexo das minhas piores partes. Alguém que ilude, que demonstra conhecimento para despertar inveja, alguém que estende a mão e a retira tão rápido quanto decidiu oferecê-la, alguém que encanta por prazer e não por gentileza, alguém que me fez querer e depois fugiu. 
Vejo isso de uma forma muito crua, agora... quiçá nua. Num pleno ato de despir minha alma de todos os meus pudores, bater no peito e assumir todas as minhas fraquezas: eu sou uma babaca. 
Babaca no nível de desperdiçar afeto e carinho de quem realmente quis me dedicar tais bons sentimentos. Babaca no nível de acreditar que era superior ao que queriam me oferecer. Babaca no nível de só perceber toda essa confusão agora, depois de sonhar com o bendito que me fez sentir pterodáctilos do estômago para depois extingui-los tão breve quanto nasceram. 
Talvez, esta seja a mais pura definição e aplicação do nosso tão conhecido Karma e que eu precise vivenciar disso para aprender mais sobre como amar e ser amada. Talvez seja só o destino me mostrando que eu não preciso de babacas assim vivendo perto de mim. 
E, seria muito mais plausível, que fosse só a minha carência falando mais alto e me mostrando o quanto eu preciso, urgentemente, de um amor pra chamar de meu.