terça-feira, abril 30, 2013

sobre a rotina - ou a falta dela - anyway.

Muita gente reclama do trânsito, da falta de tempo, de não poder fazer o que quer, de não conseguir fazer as coisas que precisa. Pois bem. Eu não tenho nenhum desses empecilhos  Minha vida é uma roda sem rotina, que gira sem um padrão específico. Eu não sofro com o trânsito, apesar de encarar três horas diárias dentro de um ônibus pra conseguir chegar até a faculdade (uma hora e meia para ir e o mesmo para voltar). Eu tenho tempo, só não consigo fazê-lo valer, não sei administrá-lo. Ainda não trabalho, nem faço estágio, nem nada do gênero, então tempo me sobra. Mas não sei utilizá-lo. Gasto-o demais com o sono (dormir é perder tempo?) e deixo de aproveitar a luz do dia, vendo todo o percurso que a lua faz no céu. Eu não faço o que eu quero, mas, de qualquer forma, faço o que muitos desejam e não podem ter. Eu até gosto, não quero ser mal compreendida, todavia não é o meu maior anseio para um futuro profissional. Eu não consigo fazer as coisas que eu precisaria fazer. É dificil parar para a analisar as coisas como um todo, o problema é que a cada dia que se passa a lista de coisas que necessito fazer só aumenta, uma vez que eu prorrogo tudo (talvez por mera preguiça, talvez por falta de disposição). E cá está a palavra chave... tenho pouca disposição e quase nenhuma motivação.
A vida passa e eu a assisto ir, lentamente, levando minhas forças e encaminhando-me para o futuro que me foi escolhido. Quando se é passivo à algo, não há maneiras de reclamar, permaneço quieta e imóvel, esperando que cinco anos passem rápido e que os sonhos possam, enfim, se realizar.

domingo, abril 21, 2013

me proibindo de esquecer, relembrando sem querer


Tantos amores já passaram, tantos caras “certos” já apareceram, mas não teve jeito, foi pelo errado que meu coração bateu mais forte, palpitou no fundo do peito. Dá medo de que nunca passe, por mais que eu saiba que é só me apaixonar por outro que esse sentimento se vai. Mas é que isso só me aconteceu de verdade duas vezes. Na primeira, achei que ia ser pra sempre e não foi, mas demorou a passar, o tempo demorou a cicatrizar aquela ferida. Hoje sei que esse sentimento foi maior. É aquela velha história... quanto mais intenso, pior é depois. Foi intenso, eu sei e você sabe. Mas agora, me pergunto, “qual foi a real motivação disso?”. Está cada vez pior responder às questões.
E a gente sabe que por mais que o tempo passe vamos lembrar um do outro, com pelo menos uma gota de carinho, que, como sabemos, é o suficiente pra encher o rosto da gente com um sorriso.
Só que será que essa lembrança do sorriso vai durar o tempo suficiente pra que a gente se encontre de novo, em outras circunstâncias, e que aquele “oi” com o apelido da gente volte a surtir o efeito que surtia meses atrás? Me diz, vai ser suficiente? Será que o coração vai agüentar a saudade ou a razão vai se sobrepor e fazer com que eu esteja com alguém (novamente) só por ser o certo pra mim, e não pelo sentimento que tenho?
Por mais que as vezes eu acredite que não compreendas o que eu digo, as indiretas que dou ou as lágrimas que choro, eu tenho esperança. Aquela fagulha cintilante que fica viva dentro da gente mesmo quando passamos por turbilhões de coisas novas e inusitadas ainda habita em mim. Existem lembranças que nem toda essa novidade derruba. Tem beijo que não apaga a tua lembrança e abraço que não tem o seu cheiro, mas ainda assim, eu insisto em tentar... em tentar apagar a doce ilusão que foram os quatro meses, a suave lembrança de pedidos de casamento e promessas vagas. Eu insisto em tentar cessar as lágrimas, de impedir as lembranças, mas cada vez com mais força, elas me inundam como tsunamis em mares asiáticos. Ondas fortes e cheias de sentimento me invadem em madrugadas vazias, em olhares pela janela do ônibus em movimento, e teu rosto me surge com freqüência cada vez maior. Pessoas que antes eu nem imaginaria reparar, me parecem você. E dói pensar que poderiam ser você. E você sabe. E não liga.
Eu não sei se te digo que espero ou não por alguma novidade vinda de você.
Você vem? Que bom.
Quer me ver? Que bom.
Se eu quero ver você? Não sei.
Sinto medo.  
Eu pertenço a você, sou sua, mas ninguém pode saber, e eu proíbo você de me esquecer, que seja, já que é a única coisa que lhe posso pedir.