terça-feira, fevereiro 12, 2013

ligação inesperada, pra dizer quase tudo.

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Tá chovendo lá fora. O clima ta pedindo você aqui perto de mim. Receber ligações de madrugada não é seu esporte preferido, mas fazê-las é o meu.
No segundo toque, ele atende.
- Não acredito, Mariana!
- Oi amorzinho.
- As quatro e cinqüenta da manhã?
- Bom dia, então?
Ele ri: - Bom dia, princesa. Agora... posso voltar a dormir?
- Quer mesmo?
Ele pensa por um segundo: - Ligou pra dizer bom dia, por mais que eu só desejasse acordar daqui umas seis horas?  
- Liguei pra dizer que acordei no meio da noite, sonhando com nós dois, daí quis ouvir sua voz pra te sentir aqui perto de mim, pra saber o que você sente por mim e o quanto enfrentaria do mundo para estar do meu lado.
- Sincera você, né Mariana?
- Sempre, André.
Ele deixa o ruído da estática dominar os sentidos dela por alguns segundos. Os dedos dela já iam em direção a boca, tamanha ansiedade, quando ele, por fim, suspira e começa a falar: - Sonhar contigo é o que peço a Deus todas as noites, nas minhas preces. Perto de ti não dá pra estar sempre, mas durante o dia penso em ti e de noite, sonho contigo. Quero sentir teu abraço todas as manhãs, meu amor, acordar contigo nos braços e te dizer bom dia bem de pertinho, sussurrando. Pra explicar o que eu sinto por ti, teria que te tocar, porque, ao menos acho eu, quando eu te toco não preciso dizer nada. Sei lá, acho que eu passo tudo pelo simples toque das nossas peles. Tu sabes bem o quão físico eu sou, o quão corporal eu sou, e tu sabes bem também, a química que o nosso corpo tem. Eu enfrento doze horas de viagem só pra estar do teu lado por algumas horinhas, minha princesa, já fiz isso mil vezes e vou fazer mais quantas forem necessárias, até que o número da nossa casa seja o mesmo, até que possamos viver sobre um mesmo teto. – ele para de falar, e não ouve um ruído sequer. Pensa que a chamada foi encerrada, mas ao olhar no visor do celular, vê que a foto dela ainda brilha e o contador da duração da chamada ainda gira. – Mari?
- Oi, amor.
- Achei que tu tinhas desligado.
- Tava ouvindo quietinha, amor. Absorvendo cada palavra.
- Princesa, quer que escreva isso pra ti? Quer eu escreva o quanto eu amo você?
Ele não sabe, mas do outro lado da linha, ela abre o maior sorriso que pode: - Não precisa não, André. Você vai me dizer isso todas as madrugadas, até o final das nossas vidas e assim registrarei cada palavra.
- Até o final das nossas madrugadas, Mariana.

Um comentário:

Suillane disse...

que lindo *OOOOO*

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