sexta-feira, abril 10, 2020

essas frases são sobre ser brisa.

Leia ouvindo. Espero que faça sentido para você tanto quanto fez pra mim.  

Os ares de outono sempre me trazem algo.

Há tempos quando comecei a notar esse padrão, percebia que sempre vinha um quê de nostalgia, de ansiedade, de saudade.

Hoje, parei pra sentir... o arrepio na pele me mostrou serenidade. Paz de espirito. Completude. 

Não, eu não me findei. Sigo sendo obra inacabada, imperfeita, inconclusa. Sempre o serei. Mas... tem uma alegria aqui no fundo do meu peito me dizendo que vale a pena insistir, sorrir, alegrar, serenar.

Eu sigo respirando! Há muito já podia ter desistido. Evitaria muitas lágrimas, mas me privaria de muitos aprendizados. 

Eu sigo aprendendo, me sinto com sorte. A maioria dos meus sentimentos que julguei adormecidos, seguem comigo. Sigo colecionando memórias. Sigo causando impactos. Sigo sendo... eu mesma. Vivaz, fluída, suave. Brisa. 

Noto com prazer o céu se desfazer em tons alaranjados, rosados e arroxeados... A noite me traz o clarão da lua, que cega meus olhos para tudo o que me bloqueia. E me sinto livre. 

Abraço meus erros, abraço meus defeitos, abraço meu choro! Aprendi a abraçar e acolher para purgar. Ganhei força para carregar meu peso emocional, meu peso físico, minhas cicatrizes, minhas características, meus medos e minhas coragens. Ganhei força para assumir meus momentos insanos e insones, meus momentos extrovertidos e a quietude. Ganhei força para ser eu. 

Prometi a mim mesma, no fim do outono passado, que este ciclo seria de florescer. Eu sinto os botões brotarem, sinto o orvalho tocando a minha pele, sinto o carinho dos que cuidam das minhas mudas mas não me emudecem. 

Fiz do amargor dos dias ruins uma memória, pronta a ser consultada mas nunca explorada. 

Fiz do peito, jardim. Aprendi a cultivar. Aprendi a regar. Aprendi a esperar. 

Estou aprendendo a florescer. 

Em breve, irei florir. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário