A partir do momento que eu senti minha alma pedindo por coisas que eu não podia oferecer, percebi que não fui feita pra este lugar. Não nasci para ficar aqui e fazer coisas banais. Se a dor que passo é breve, concluo que a felicidade que tenho é muito maior do que o sofrimento. Devo, também, ser grata por isso. É na luz do amanhecer que percebo o quão especial eu sou. É nessa luz que a minha pele brilha mais, que os meus olhos se tornam mais azuis. É na alvorada que o meu sorriso se abre de forma mais intensa. É ali que, agora noto, é o melhor momento do meu dia. Aprendi que os ventos ficam mais leves quando você está mais leve. Que toda a luta que você passa se torna mais amena quando se está na companhia de alguém que pode te apoiar. Daqui, de onde estou agora, percebo quão longo é o caminho que já trilhei. Quão grande é a soma das experiências pelas quais já passei. Física, mental e espiritualmente falando. Será que eu já encontrei quem eu queria encontrar? Será que quem queria me encontrar já me encontrou? São questões para as quais eu não tenho respostas. Mas, o mundo é movido por perguntas. As respostas tiram a graça de viver. Se soubéssemos de tudo, pra que haveríamos de experimentar coisas novas, se já saberíamos dos sabores e sensações? A graça de viver está nas novas sensações que podem ser exploradas... nos novos objetivos a serem traçados. Minha alma canta, e junto a ela eu exulto, tamanha alegria que posso sentir a cada novo dia. São sentimentos novos, caminhos novos, mistérios totalmente novos. Eu sei que meu tempo é curto, e que logo terei de ir embora. Ainda assim, a esperança me invade a cada raio de sol que passa pela minha janela, a cada brisa que sobra suave por entre os galhos. É a vida que vem e que passará, mesmo que eu não aproveite. Sei que há muitas decisões a serem tomadas. Decisões que não influenciam somente na minha órbita, mas que podem atingir muitas galáxias alheias. {Raíssa Tayná Klasman}
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